By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Folha de S. Paulo – Imagem: Fundação Salvador Arena
A alagoana, mãe de cinco filho, viu florescer no quintal uma horta e um pomar orgânicos. "Antes, era bem mais difícil. Eu e meu marido, que fazia bico de pedreiro, não tínhamos emprego", conta. "Hoje, vivo bem melhor e nossa saúde melhorou bastante. É muito difícil a gente ficar doente."
A família é uma das 161 beneficiadas pelo projeto Meios de Vida no Sertão, uma iniciativa que leva tecnologias sustentáveis a 35 comunidades rurais de quatro municípios do sertão alagoano: Inhapi, Canapi, Senador Rui Palmeira e São José do Tapera.
A partir de 2013, começaram a ser construídas na região 15 cisternas, no estilo calçadão, que permitem a captação de água de chuva. Todas vinculadas a sistemas produtivos para cultivo de hortas ecológicas ou granjas. Além de plantar para a própria subsistência, os pequenos agricultores também comercializam os produtos nas feiras nos municípios.
Maria acabou engajando toda a família na produção e também no consumo de orgânicos, triplicando sua renda familiar. "Hoje, usamos a água da cisterna para facilitar a produção. Estamos produzindo hortaliças e doces, que eu mesma faço com as frutas que tiro da horta. Vendo tudo na feira." Tira uma média de R$ 450, contra os R$ 150 que recebe do Bolsa Família.
O projeto foi desenvolvido pela Fundação Salvador Arena, em parceria com a ONG internacional Visão Mundial.
As cidades selecionadas apresentavam altos índices de mortalidade infantil e de população abaixo da linha da pobreza. Dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pela Organização das Nações Unidas, balizaram a escolha."Essa região está caminhando para o quarto ano sem chuva e todas as cisternas caseiras secaram. Já as nossas armazenam 60 mil litros d'água e acabam abastecendo também as casas, além das hortas e dos galinheiros", explica Sérgio Loyola, coordenador de projetos sociais da Fundação Salvador Arena.
Para integrar e organizar os produtores rurais o Meios de Vida no Sertão, que investiu R$ 500 mil na região, realiza capacitações para que as famílias possam aprender técnicas de armazenamento e de melhor utilização da água.
VIDA NOVA
Além das hortas, o projeto também implantou nove galinheiros, cada um com capacidade para 100 aves, e outros nove criadouros de ovelhas, cabras e bodes. Todos os pequenos produtores receberam doações para comprar dos primeiros animais, além de assistência técnica e veterinária.
Cícero José da Silva, 46, trocou a labuta nos canaviais de Canapi (258 km de Maceió) para cuidar de um galinheiro que hoje lhe dá uma renda superior. Ele recebeu 100 aves e ração para engordar a criação por seis meses.
"Minha vida mudou muito. Não faço mais a viagem para a usina. Com a renda do projeto dá para nos manter", diz ele, que recebe R$ 115 de Bolsa Família. "Que ajuda um pouco, mas é só um pouquinho." A maior parcela de sua renda vem hoje do galinheiro: R$ 450 mensais. "É por meio dos ovos que estamos vivendo melhor."
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