terça-feira, 12 de maio de 2015

Com hortas e granjas, sertanejo ganha 3 vezes mais do que no Bolsa Família



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Folha de S. Paulo Imagem: Fundação Salvador Arena

A seca já dura quatro anos no semiárido de Alagoas, mas no sítio de Maria Costa da Silva, 44, em Inhapi (270 km de Maceió), os efeitos da falta de chuva foram minimizados com uma cisterna que pode armazenar até 60 mil litros de água.
A alagoana, mãe de cinco filho, viu florescer no quintal uma horta e um pomar orgânicos. "Antes, era bem mais difícil. Eu e meu marido, que fazia bico de pedreiro, não tínhamos emprego", conta. "Hoje, vivo bem melhor e nossa saúde melhorou bastante. É muito difícil a gente ficar doente."
A família é uma das 161 beneficiadas pelo projeto Meios de Vida no Sertão, uma iniciativa que leva tecnologias sustentáveis a 35 comunidades rurais de quatro municípios do sertão alagoano: Inhapi, Canapi, Senador Rui Palmeira e São José do Tapera.
A partir de 2013, começaram a ser construídas na região 15 cisternas, no estilo calçadão, que permitem a captação de água de chuva. Todas vinculadas a sistemas produtivos para cultivo de hortas ecológicas ou granjas. Além de plantar para a própria subsistência, os pequenos agricultores também comercializam os produtos nas feiras nos municípios.
Maria acabou engajando toda a família na produção e também no consumo de orgânicos, triplicando sua renda familiar. "Hoje, usamos a água da cisterna para facilitar a produção. Estamos produzindo hortaliças e doces, que eu mesma faço com as frutas que tiro da horta. Vendo tudo na feira." Tira uma média de R$ 450, contra os R$ 150 que recebe do Bolsa Família.
O projeto foi desenvolvido pela Fundação Salvador Arena, em parceria com a ONG internacional Visão Mundial.
As cidades selecionadas apresentavam altos índices de mortalidade infantil e de população abaixo da linha da pobreza. Dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pela Organização das Nações Unidas, balizaram a escolha."Essa região está caminhando para o quarto ano sem chuva e todas as cisternas caseiras secaram. Já as nossas armazenam 60 mil litros d'água e acabam abastecendo também as casas, além das hortas e dos galinheiros", explica Sérgio Loyola, coordenador de projetos sociais da Fundação Salvador Arena.
Para integrar e organizar os produtores rurais o Meios de Vida no Sertão, que investiu R$ 500 mil na região, realiza capacitações para que as famílias possam aprender técnicas de armazenamento e de melhor utilização da água.
VIDA NOVA
Além das hortas, o projeto também implantou nove galinheiros, cada um com capacidade para 100 aves, e outros nove criadouros de ovelhas, cabras e bodes. Todos os pequenos produtores receberam doações para comprar dos primeiros animais, além de assistência técnica e veterinária.
Cícero José da Silva, 46, trocou a labuta nos canaviais de Canapi (258 km de Maceió) para cuidar de um galinheiro que hoje lhe dá uma renda superior. Ele recebeu 100 aves e ração para engordar a criação por seis meses.
"Minha vida mudou muito. Não faço mais a viagem para a usina. Com a renda do projeto dá para nos manter", diz ele, que recebe R$ 115 de Bolsa Família. "Que ajuda um pouco, mas é só um pouquinho." A maior parcela de sua renda vem hoje do galinheiro: R$ 450 mensais. "É por meio dos ovos que estamos vivendo melhor."

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