quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Menino de 15 anos percorreu o mundo doando bolas para as crianças

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Portal Terra Imagem: André Naddeo (Terra )

Ele poderia ser um adolescente como qualquer outro seguindo os florescentes hormônios – ou seja, atrás de festas (e mulheres), tentando se entender com os pais e em busca de uma carreira na universidade para o futuro. Não que tenha aberto mão disso tudo, convenhamos, mas resolveu rodar o mundo e unir a paixão pelo futebol com uma ideia que surgiu há cinco anos, na África.
Ethan King visitava o Moçambique, no sul do continente, acompanhando o pai numa viagem e, na bagagem, levou algumas bolas de futebol. Sabia que se divertiria no tempo livre. Foi quando percebeu que as crianças, como ele, não jogavam futebol. Simplesmente porque não possuíam o básico: a gorduchinha. Foi o estalo para que a sua vida se mudasse.
Aos 10, Ethan fundou a ONG “Charity Ball” (Bola da Caridade), junto com o pai, claro, mas sempre como líder do projeto. Em cinco anos, já doou mais de cinco mil bolas de futebol para crianças e adolescentes ao redor do mundo (24 países). Virou um rosto conhecido nos EUA – e lidou bem com a fama, a ponto de encarar sem nervosismo as câmeras de TV de diversos talk shows americanos.
No ano em que o Brasil sediou sua segunda Copa do Mundo, ele aproveitou as férias escolares para mais uma empreitada, agora em solo brasileiro. No Rio de Janeiro, com o apoio de um patrocinador, que angaria cada vez mais conforme sua fama/ideal se propaga, ele conseguiu arrecadar 500 bolas para a ONG Saúde Criança. Em depoimento exclusivo ao Terra, conta sua história de vida e critica com atitude grandes empresas como a Nike e Adidas, e até mesmo a Fifa, que deveriam, na sua opinião, se preocupar mais com o lado beneficente.
Ethan King, 15, estudante e líder da ONG Charity Ball:
Toda criança merece ter a sua própria bola de futebol. Qualquer lugar que você vai no mundo você vê crianças jogando futebol. Especialmente, nas comunidades pobres, é o que as crianças mais gostam de fazer. Foi o que aconteceu comigo em Moçambique. Acabou que foi uma coincidência porque eu adoro jogar bola também. Eu sou muito entusiasmado em fazer o que eu gosto para ajudar outras pessoas.
Ao longo dos últimos cinco anos nós doamos cerca de cinco mil bolas de futebol para crianças em cerca de 24 diferentes países. Fizemos isso em muitos países na África, como Zâmbia, Moçambique, África do Sul, Botsuana, e Quênia. Nós também fizemos isso na Guatemala, Índia, Haiti, um monte de países.
Cada vez que eu dou uma bola para uma criança eu me sinto muito bem por dentro. É algo como você saber que aquilo vai impactar na vida de uma criança. Elas recebem uma bola e se sentem valorizadas. É um impulso. Quem sabe podem ser jogadores de futebol, se sentirem mais motivados para irem ao colégio, ou podem perseguir o que querem ser quando crescer. Por isso é tão incrível essa sensação. 
Hoje as pessoas são tão estressadas, e acabam pensando apenas em si, são egoístas de uma certa forma. Acho que é fazer justamente o contrário disso que me faz sentir tão bem, saber que estou indo no sentido contrário, que posso ajudar as pessoas. Quem sabe elas possam atingir, cada uma da sua própria maneira, os seus objetivos na vida.
Temos ideia de no próximo ano arrecadar US$ 100 mil para dar mais quatro ou cinco mil bolas para crianças carentes. Sempre estamos procurando pessoas para nos ajudar, para se envolverem de fato. Seria muito legal se companhias como a Nike ou mesmo a Fifa pudessem se manifestar nesse sentido de usarem tanto o esporte mais famoso no mundo e darem de volta para as crianças isso. 
Mesmo aqui no Brasil. Vocês receberam a Copa do Mundo esse ano. Não seria legal que companhias como a Adidas também, por exemplo, ou outras grandes marcas, pudessem ajudar mais? Algo do tipo: ‘hey, queremos dar de voltar também’. Se elas pudessem tomar parte deste projeto seria algo bem legal. 
Eu vivi na África do Sul por um ano quando eu estava na terceira série. Eu tinha oito anos. Eu já jogava futebol nos Estados Unidos, mas era algo mais por brincadeira. Quando eu morei na África, e vi a paixão deles, comecei a me envolver mais e me apaixonei pelo esporte. Eu também comecei a jogar muito videogame, um amigo me enviou o jogo da Fifa e eu confesso que viciei. Quando eu voltei para os Estados Unidos a ideia fixa na minha cabeça era de jogar futebol. 
Eu gosto muito do Manchester United. Eu gosto dos jogadores que trabalham duro e fazem isso para bilhar e marcar vários gols. Gosto muito do Cristiano Ronaldo, acho que ele se esforça muito. O Messi tem o talento natural, o que é muito legal, mas o Cristiano Ronaldo me parece mais esforçado.
Claro que tem o Neymar. Eu gosto do estilo dele, rápido, especialmente esse ano ele está indo muito bem, fez uma ótima Copa do Mundo.  E eu percebo que a cada jogo, a cada ano, ele está cada vez melhor. 
Você não precisa ser uma celebridade, alguém famoso para fazer o bem. Pode ser algo simples, nem precisa ser uma bola de futebol. Pode ser algo simples, uma palavra de incentivo, um ‘toca aqui’, você não precisa ser alguém superior, ter uma posição importante, para fazer algo do tipo. Isso é amor, e as pessoas sempre precisam de mais amor. Você não vai ser capaz de mudar o mundo todo, mas você pode mudar o mundo inteiro através de uma pessoa. 

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