quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Corte de orçamento do Banco Central reduz pedido de produção de moedas



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Jaqueline Sordi (Zero Hora) Imagem: Mateus Bruxel (Agencia RBS)

Com uma queda de quase 60% na estimativa de produção de moedas do país em comparação a 2013, comerciantes gaúchos estão adotando as mais variadas estratégias para atraí-las de volta aos caixas.
Arredondar o valor, buscar troco com lojistas vizinhos e até oferecer brindes para clientes são algumas das opções. Antes atribuído ao hábito que muitos têm de guardar moedinhas em casa ou esquecê-las dentro de bolsas e carteiras, o sumiço do troco agora também é consequência de cortes no orçamento do Banco Central, que reduziu as encomendas de moedas e cédulas para menos da metade.
No ano passado, a Casa da Moeda produziu 3,1 bilhões de cédulas e 2,3 bilhões de moedas para o Banco Central. Em 2014, a previsão era produzir 1,2 bilhão de cédulas e apenas 945 milhões de moedas. Até o momento, entretanto, a fabricação está muito abaixo do prevista: foram feitas apenas 425 milhões de moedas. Para o comerciante Jorge Ely Surtica, 44 anos, que trabalha no Mercado Público de Porto Alegre, os reflexos da falta de moedas já podem ser sentidos entre lojistas:
— Está faltando troco no mercado, é a primeira vez que vejo uma escassez tão grande. Estamos pedindo para os clientes pagarem com moedas, para tentar guardar um troco, mas está muito difícil.
O vendedor Paulo Bitencourt, 61 anos, explica que há tempos vem sentido a falta de moedas, principalmente as de baixo valor. Nem a ida a agências bancárias tem adiantado.
— Com a greve nos bancos, não conseguimos o dinheiro. A saída é negociar com o cliente — desabafa.
Conforme a assessoria de imprensa do Banco Central, a redução do orçamento não gera prejuízos quanto ao fornecimento de cédulas e moedas. A instituição afirma que, em 2014, já foram disponibilizadas 713 milhões de unidades de novas moedas, sendo uma média de 112 moedas por habitante. Parte deste montante veio do estoque de segurança.
Redução reflete mudança de perfil do consumidor
Economista-chefe da Fecomércio- RS, Patrícia Palermo explica que ao longo dos últimos anos as pessoas estão perdendo o costume de pagar em dinheiro e moeda, preferindo os cartões magnéticos.
— Temos que conscientizar de que existe a necessidade de as moedas voltarem a circular, mas o Banco Central também tem a responsabilidade de prover o meio circulante não só na quantia necessária, mas também nas diversas formas demandas na economia: cédulas e moedas de todos valores requisitados pelo mercado — explica.
Antonio Longo, presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), calcula que, hoje, 70% do valor que circula no comércio do Rio Grande do Sul é por meio eletrônico. Para os outros 30%, entretanto, cada centavo — ou cada moeda — é importante.
Longo afirma que, ao reduzir a produção de moedas, o Banco Central transfere o problema para os lojistas:
— Esta conta está sendo paga pelos comerciantes, e isso não é justo. Eles estão tendo de negociar com os clientes, aumentar valores e tomar várias medidas que são onerosas para suprir a falta de troco.
Uma das recomendações para reduzir o impacto é estimular as pessoas a tirar as moedas esquecidas de dentro das gavetas e colocá-las na rua.
— Precisamos aumentar a quantidade de moeda no mercado para estimular o governo a fabricá-las. O governo força as pessoas a usar os meios eletrônicos, mas nem sempre isso é bom — afirma Sergio Galbinski, vice-presidente administrativo da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL).
Números
— 2,3 bilhões de moedas foi a produção da Casa da Moeda, a pedido do Banco Central, em 2013
— 945 milhões de moedas é a previsão de fabricação em 2014
— 425 milhões é o total de moedas feitas até o momento pela instituição

OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.