sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Um mês após acidente que matou Eduardo Campos, moradores esperam indenização



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: R7 Imagem: Daia Oliver (R7)

Passado um mês da queda do avião que matou o candidato à Presidência da República Eduardo Campos e outras seis pessoas, em Santos, litoral paulista, moradores e donos de empreendimentos atingidos dizem arcar com os prejuízos sem a ajuda dos responsáveis pela aeronave Cessna 560XL Citation.
Quem passa pela rua onde a aeronave caiu pode não perceber que o acidente aconteceu ali: o estrago maior foi nos fundos dos imóveis, pois o avião colidiu com a parte central do quarteirão. As fachadas ficaram praticamente intactas. Mas o local da tragédia perdeu temporariamente parte de seus moradores, que vivem em imóveis alugados.
Maria Aparecida, de 52 anos, analista de recursos humanos, teve mais sorte do que seus vizinhos: não precisou sair de seu apartamento. Ela disse ao R7 que está traumatizada. A estrutura de sua casa, segundo ela, foi abalada.
— Precisei trocar a janela da minha cozinha e o encanamento da pia está vazando. Estou arrumando tudo aos poucos. Na hora em que o avião caiu, eu estava dormindo e sai só de camisola na rua. Agora eu só durmo de roupa comum porque acordo com qualquer barulho e saio de casa por medo.
Outra propriedade seriamente danificada foi a academia de Joarez Câmara, 69 anos. Com um prejuízo estimado em R$ 500 mil, o centro de treinamento está sem funcionar. A previsão para o retorno das atividades é de, no mínimo, seis meses.
— Fui a São Paulo para pedir um empréstimo no banco, porque até agora nenhum responsável pelo avião veio me procurar para falar quando vai pagar pela destruição.
Com a ajuda do amigo e concorrente José Benedito, de 61, Joarez Câmara conseguiu ajudar 10% dos 800 alunos de sua academia. O professor de educação física Lucas Nadalute Correira, de 21, funcionário de Joarez, dá aula às terças e quintas-feiras no espaço cedido por José.
— Estou aqui com meus alunos há duas semanas, já dei cinco aulas. A ajuda veio em boa hora.
Aluno da academia Mahatma, Charif Chaaito, de 31, estava na piscina com Correia quando partes da aeronave e do prédio caíram. Charif mostrou a cicatriz do corte que sofreu no pé e prefere não falar no que houve no dia 13 de agosto, mas se diz contente em poder continuar a nadar.
— Está muito legal na academia nova. Estou gostando de lá.
Além das perdas materiais, Maira Porchat, de 27, afirmou que, no momento da queda do avião, seu cachorro da raça shar-pei sofreu uma parada cardíaca. Morreu no dia seguinte.
— Sinto muita falta dele. Agora eu estou com esse filhotinho, faz pouco tempo.
Os donos dos imóveis atingidos ainda não conseguem calcular o valor exato do prejuízo e decidiram agir por conta própria para fazer as reformas e voltar à rotina normal. Muitos estão vivendo em casa de parentes enquanto as obras não são concluídas.
Moradores de um prédio danificado pela queda do avião tiram dinheiro do próprio bolso para reconstruir e deixam as notas fiscais para o síndico, que pretende utilizar os comprovantes no momento de receber cada indenização.
A Prefeitura de Santos afirma que executou desobstrução, limpeza e higienização dos 15 imóveis atingidos. Tapumes foram colocados para manter a demarcação dos terrenos em que o avião caiu, obrigando a demolição das construções. Ainda de acordo com a prefeitura, a Coordenadoria de Saúde Mental deu apoio psicológico para 56 pessoas.

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