quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Emerson diz que vergonha é sentimento de todos os atletas e pede profissionalização de árbitros



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Eduardo Zobaran (O Globo) Imagem: Marcos Tristão (Agência O Globo)

Um dia depois de ser expulso aos quatorze minutos do segundo tempo contra o Bahia e deixar o Botafogo com dois jogadores a menos na partida, já que o peruano Ramírez tinha sido expulso dois minutos antes, Émerson explicou suas declarações polêmicas ao sair de campo. Em entrevista no Engenhão, o jogador reiterou suas críticas à CBF, mas abaixou o tom ao dizer que o estádio não era o lugar adequado para seu posicionamento contra a entidade. O atacante voltou a criticar a atuação do juiz Igor Benevenuto, pediu a profissionalização da arbitragem brasileira e defendeu que os atletas têm direito a se manifestarem.
- Naturalmente que com o calor da partida e a adrenalina a milhão, o desabafo se torna mais agressivo pelo calor do momento - disse Emerson, que, após a expulsão, voltou-se para uma das câmeras no estádio e disse: "CBF, você é uma vergonha! Vergonha! Vergonha! Vergonha!".
- Em relação à vergonha, ela é coletiva, é de todos os atletas, do torcedor que vai ao estádio ver uma arbitragem incapaz até de apitar as peladas do meu irmão nos finais de semana lá em Nova Iguaçu. Nem o Botafogo, que tem uma linda história, assim como Bahia, merecem alguém que não é profissional e não deveria estar lá. A vida deles (árbitros brasileiros) não é só arbitrar.
Ele lembrou também que não foi a primeira vez que se manifestou contra um juiz e recordou um momento do jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, contra o Ceará, no Castelão.
- Não é o erro apenas da partida entre Botafogo e Bahia. São erros que vem acontecendo ao longo da competição e são relatados algumas vezes por atletas. Vale lembrar que, poucas semanas atrás, teve um pênalti contra o Ceará e, logo em seguida, eu também me manifestei contra a arbitragem. Não tem nada a ver com o jogo especificamente contra o Bahia. Acho que o atleta tem todo o direito de se manifestar, talvez o momento dentro de uma partida em um estádio de futebol não seja o lugar exato, como eu me manifestei. Mas os atletas tem, sim, que opinar e fazer parte desta discussão - concluiu.
Pelas declarações, Émerson entrou na mira do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O procurador-geral do Tribunal, Paulo Schmitt, disse que o atacante será enquadrado no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva - por assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva - que prevê suspensão de uma a seis partidas. Questionado sobre o possível gancho, o atacante voltou a pedir que os jogadores tenham liberdade de falar o que pensam.
- A gente não vai poder falar nunca? Eu não posso desabafar? Eu vivo isso diariamente e o futebol existe por causa dos jogadores. Se os jogadores não puderem participar, então está tudo errado mesmo. Sobre um gancho, não cabe ao Emerson falar. O Botafogo vai se posicionar no momento certo e se entender necessário.
A ROTINA DE CARTÕES DE ÉMERSON
Nos últimos onze jogos em que entrou em campo, Émerson só não foi punido com cartão amarelo em uma delas. Contra o Bahia, foram dois cartões amarelos que provocaram a expulsão, um por reclamação e outro por falta em Uélliton, do Bahia.
- Alguns desses cartões certamente eu mereci. Por outro lado, sou atleta que dou trabalho. Quando entro para disputar uma partida de futebol, entro para vencer, dar meu melhor e o árbitro tem que estar preparado para trabalhar com atletas de alto nível. Não acho que nossa arbitragem esteja preparada. Eu mereci alguns cartões, mas a arbitragem já vem com um pensamento diferente para alguns atletas, atletas estes que se destacam de uma maneira diferente dos outros.
O camisa 7 alvinegro descartou ainda que seja um jogador violento. Na atual edição do Brasileiro, ele já recebeu um gancho de três jogos por uma entrada no volante Henrique, do Cruzeiro. A punição foi reduzida para duas partidas.
- Eu não sou violento. Sou muito competitivo. Não gosto de perder duelos individuais. Gosto de ganhar, me movimento muito, mas vale lembrar que o futebol é um esporte de contato e choques acontecem. Em relação ao Henrique, foi uma jogada forte, dura e, infelizmente, por frações de segundo, às vezes você levanta demais ou abaixa de menos a perna e o choque acontece - disse o jogador, que comentou o lance com Uélliton, do Bahia.
- A única coisa que eu vi retornando para casa foi a expulsão. O primeiro cartão amarelo foi um absurdo. Eu sofri a falta e cobrei que ele desse o amarelo, mas ele inverteu tudo e eu que recebi o cartão. No lance que vi na televisão, eu queria ver se eu toco no atleta do Bahia, mas não consegui ver. Porém, hoje ele publicou uma foto (com marcas da entrada de Emerson). O que eu vi foi que o juiz me expulsou sem ter visto a jogada porque estava encoberto.

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