sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Morador relembra crescimento de Prudentópolis



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Edilson Kernicki (Rádio Najuá) Imagem: Divulgação

Na semana de comemoração aos 108 anos de Prudentópolis, a reportagem de Najuá tenta fazer um resgate histórico do município sob o ponto de vista de moradores da cidade. Encontramos o senhor, Valdomiro Petriw, de 74 anos, que falou a respeito de suas impressões sobre Prudentópolis e comparou o município de antigamente com o de hoje.
Seu Valdomiro conta que nasceu na Rua Candido de Abreu, no centro da cidade. A família depois foi morar em Papanduva, voltando para Prudentópolis quando casou e para que os filhos pudessem estudar. Ele lembra que quando era jovem a cidade contava com poucas ruas. “A rua principal, hoje Avenida São João, antes era Vicente Machado e, para cá, já tinha a Rui Barbosa. Da Rui Barbosa, subia outra, a Candido de Abreu, depois vinha outra de frente para o colégio Santa Sofia, a Marechal Floriano Peixoto, daí a Visconde de Guarapuava. No mais, já era mato”, descreve.
O desenvolvimento da cidade para além dessas ruas centrais ocorreu a partir da construção da Vila Nova, de acordo com o antigo morador. “Mas depois da Rua dos Mendes já era mato também. Hoje está muito mudado, há mais progresso. Expandiu muito”, compara Valdomiro.
De acordo com ele, o calçamento das ruas surgiu apenas em 1955 e, aos poucos, as ruas foram sendo pavimentadas. “Cada prefeito fazia uma parcela, algumas quadras, até que depois veio o asfalto. E assim foi indo, cada vez mais asfalto e calçamento, tanto que hoje está quase toda a cidade calçada e asfaltada”, lembra o morador.
Valdomiro lembra ainda da época em que a BR-277 e a BR-373 eram apenas estradas de chão. “Eram estradas cascalhadas. Depois, não lembro bem, mas era BR-314, uma coisa assim. Depois veio o asfalto, no ano 1960, na BR-373 e cada vez foi progredindo mais, para a Linha Esperança, depois para o Tijuco e agora tem mais um projeto de asfalto, que não sei se vai sair, mas espero que saia. Cada vez melhorando, cada prefeito se esforçando cada vez mais para o progresso”, comenta.
Nessa época poucos moradores de Prudentópolis possuíam carro e muitas pessoas precisavam viajar a Ponta Grossa ou Guarapuava, em longas viagens de carroça.
1º seminário
“Demorava, levava uma semana para chegar a Ponta Grossa. Daqui levavam uma carga de erva e lá carregavam mercadorias como açúcar, sal, ferramentas. As coisas necessárias. Depois que começaram a entrar aqueles Fordinhos pequenos e já foi facilitando”, recorda Valdomiro.
A chuva fazia a viagem ser ainda mais demorada, lembra o morador, que conta que os veículos encalhavam nas estradas e era preciso esperar por até dois dias. Nesse intervalo, toda a mercadoria era descarregada para a carroça conseguir sair do encalhador, depois tudo era novamente carregado antes de prosseguir viagem.
No advento do uso dos caminhões no transporte de mercadorias na região, em meados da década de 1960, Valdomiro considera que era simples obter carona. “Saíamos na estrada principal, se vinha um caminhão ou automóvel, pedíamos carona e viajávamos para frente”, conta. Pouco depois, surgiram as primeiras linhas de ônibus que iam até Irati, os ônibus, segundo Valdomiro, pertenciam a Casemiro Antoniuka.
2º seminário
A chuva fazia a viagem ser ainda mais demorada, lembra o morador, que conta que os veículos encalhavam nas estradas e era preciso esperar por até dois dias. Nesse intervalo, toda a mercadoria era descarregada para a carroça conseguir sair do encalhador, depois tudo era novamente carregado antes de prosseguir viagem.
No advento do uso dos caminhões no transporte de mercadorias na região, em meados da década de 1960, Valdomiro considera que era simples obter carona. “Saíamos na estrada principal, se vinha um caminhão ou automóvel, pedíamos carona e viajávamos para frente”, conta. Pouco depois, surgiram as primeiras linhas de ônibus que iam até Irati, os ônibus, segundo Valdomiro, pertenciam a Casemiro Antoniuka.
O atual seminário
 Logo surgiram as linhas da Viação Princesa dos Campos, em direção a Ponta Grossa e a Guarapuava, o que melhorou as condições, de acordo com o morador. Antes disso, uma empresa menor fazia o itinerário de Prudentópolis a Ponta Grossa e de Prudentópolis a Guarapuava, mas a Princesa dos Campos acabou comprando. “Depois entrou a São Gerônimo e ônibus particulares que as pessoas compraram para os estudantes viajarem para Guarapuava, para Irati e Ponta Grossa.Tudo melhorou, facilitou.
Antes de existir a PR-160, havia dois caminhos de Prudentópolis a Irati, lembra seu Valdomiro: um por Papanduva e outro por Inspetor Carvalho. “Uns vinham pelo Inspetor Carvalho e outros saíam pelo Aleluia, São Pedro, cruzavam Papanduvas, Apiaba e depois, lá adiante, o Pinho, depois, Floresta, até chegar a Irati”, descreve o trajeto. Segundo ele, muitos percorriam esse trajeto a cavalo, de carroça e até de bicicleta. “Hoje já está tudo mais facilitado, cada um tem seu carro, tem ônibus”, complementa.
Na parte norte da cidade, a melhor estrada que tinha era a que vai até a Linha Esperança e, a partir daí, já não tinha. Ele lembra que aos poucos foram sendo abertas novas estradas. “Logo alguns compraram seus carrinhos; o Ovídio Salamaia comprou uma picape, que eles moravam lá em Jaciaba. Já facilitou, porque ele fazia frete e depois foi aumentando. Já tem ônibus direto para lá.
Valdomiro destaca que o primeiro hospital de Prudentópolis foi a Santa Casa, mantida pelos vicentinos, de início. Depois surgiu o Sagrado Coração de Jesus, mantido pelas irmãs servas da Maria Imaculada. “Devagar eles foram aumentando e já está tudo bem, pois estão maiores os hospitais, já tem mais médicos, mais aparelhagem, não precisa se deslocar para outros lugares. Só no caso de uma doença mais grave é deslocado para Guarapuava ou Curitiba. No mais, [o atendimento] é feito aqui mesmo”, comenta.
Antiga Av. São João
“Conta meu pai que em 1918 deu a gripe espanhola e que era triste porque não era só um que ia para o cemitério: levavam três ou quatro e às vezes até mais. [A epidemia] durou um ano e pouquinho, mas terminou”, conta Valdomiro. Aliás, o primeiro cemitério a surgir, conforme ele, teria sido o municipal e, em 1908, o Cemitério São Josafat, que funciona até hoje. Ambos cresceram, surgiram outros e, nos mais antigos, o espaço já se tornou escasso.
Av. São João - Foto: Odilon Pilati
O antigo morador diz que, segundo o que contavam os mais velhos, a primeira igreja a surgir em Prudentópolis era “dos latinos, que ficava próximo do Santuário. Ela era de madeira e queimou em 1948 ou 1949. Depois dessa, surgiu a capela ucraniana no pátio onde hoje é a rodoviária. Aí construíram outra maior e, finalmente, em 1923, iniciaram a São Josafat”, comenta. Valdomiro cita que foi necessário aterrar os terrenos antes de se iniciarem as construções e que a terra era puxada a mão, em “gaiotas” – carrinhos de mão feitos de madeira. Ele compara a terraplanagem feita hoje, com caminhões e tratores, com a de antigamente, e diz que era tudo mais difícil, feita na base do carrinho de mão e da pá.
O Seminário São José, conforme a memória de seu Valdomiro, atravessou três fases: primeiro, um prédio em madeira; o segundo prédio foi construído em 1935 e em 1953 começaram a construir outro prédio maior.
Desfile - Foto: Ben Hur Fernandes
Escolas também eram escassas e numa configuração diferente da atual: “Meu pai estudou numa escola do interior somente quatro meses. Mas ele escrevia, fazia conta, aprendeu muito pouco, mas para ele deu. Surgiram no interior as escolas pequenas e depois surgiram as maiores, que pegavam estudantes de classes mais adiantadas e assim foram crescendo. A Santa Sofia, depois a Imaculada, depois surgiram outros colégios, como o Coronel José Durski, Barão de Capanema, Alberto de Carvalho. Daí foi aumentando, e no interior também mudou muito, pois já tem ‘ginásio’ [escola de ensino fundamental] e colégios grandes no interior”, conclui.
Lago - Foto: Jorge Henrique B. Gomes

Igreja antes do santuário - Divulgação

Clube XII de Novembro - Divulgação
 Ouça aqui a entrevista com Sr. Valdomiro

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